Tradutor

4 de maio de 2013

Festa da Igreja Sagrado Coração de Jesus - Parnaioca - Ilha Grande - RJ






Ida de Escana para a Festa da Igreja Sagrado Coração de Jesus

Angra dos Reis ficando para trás






Chegada com fogos


Cachoeira, mais conhecida como Barra

A escuna que transportou os passageiros

O barracão do Sr. Silvio

Igreja Sagrado Coração de Jesus - Parnaioca - Ilha Grande - RJ









Cemitério da Igreja Sagrado Coração de Jesus







Parnaioca, paraíso fiscal!







14 de dezembro de 2012

Camping do Sr. Silvio

 
Camping com boa estrutura é o do Sr. Silvio

Ele tem boa iluminação, capacidade para 17 barracas ou 34 pessoas e está localizado a 2 minutos da Praia (perto da Igreja Sagrado Coração de Jesus).
Possui 4 banheiros femininos e 3 masculinos com ducha fria, área para higiêne oral, coleta seletiva de lixo, área de cozinha com fogão, mesa, bancos para as refeições e churrasqueira.
Oferece café da manhã, refeições e barracas (opcional).

Telefones para contatos e reservas

Célio ou Claudia
(021) 3155-9636

Silvio ou Gilse
(021) 2409-8272
ou pelo nosso e-mail
 

Barqueiro - Mestre Hernani

 
Telefone para contato

Hernani
(024) 3374-1922
(024) 9858-3595
(024) 9856-1171

Parnaioca - Ilha Grande - RJ


É fácil percebermos que Parnaioca já foi um dia habitado por um prospero povoado. Ruínas de casarões, o cemitério centenário e a Capela do Sagrado Coração de Jesus, são vestígios de um passado próspero baseado na agricultura, na pesca e no comércio de víveres e escravos. Ainda na Década de 80, viviam na Parnaioca e nos seus sertões centenas de famílias que sobreviviam da roça de subsistência, da pesca artesanal e da caça.
Era um tempo de fartura... Como costumam dizer seus moradores mais antigos. Plantava-se mandioca, inhame, milho, café, cana-de-açúcar, além de árvores frutíferas cujos exemplares ainda podemos encontrar por entre a mata.
Criavam galinhas, porcos, cabras e até vacas para tirarem-lhes o leite. Feita a colheita, era hora de plantar tudo de novo e enquanto a plantação crescia, o mar estava pronto para as redes feitas de barbante e protegidas por uma resina vegetal extraída da casca da aroeira. Toneladas de peixe eram pescados num mar que não parava de fervilhar de cardumes de sardinhas, xeréus, xereretes, linguados, miraguaias, olhos-de-boi, garoupas e badejos. Como não havia energia elétrica, a conservação era através da salga, que por sinal, é o melhor sistema para se conservar o pescado.
Naquele tempo, em Dois Rios funcionava o presídio para Presos Políticos e o vilarejo era movimentado. Tinha campo de futebol, praças ajardinadas, cinema, padaria, vilas de casas, uma pequena hidroelétrica que chegava a fornecer luz para o Abraão, feiras livres, serrarias, britadeiras, oficinas, em fim, quase uma pequena cidade.
Os colonos da Parnaioca vendiam seus produtos para os guardas do presídio e até para os presos que queriam comer algo diferente. Com os recursos dessas vendas, eles remavam até Angra dos Reis em busca do que a terra e o mar não lhes proporcionavam, ou seja: o sal, o açúcar, o querosene, as velas, as roupas e calçados, pilhas para as lanternas entre outros supérfluos da época.
Com o fim do presídio Federal, o Estadual não foi a mesma coisa. Os presos agora eram de outra índole e o Sistema Carcerário parecia entrar na onda deles. Fugas e mais fugas, assaltos à casa de moradores para conseguir abrigo, comida e meio de transporte; assassinatos e o medo constante dos ilhéus ante a expectativa de novas fugas, fizeram os poucos que restaram abandonarem suas terras em busca de melhores condições de vida.
Até por que, com o fim do presídio se intensificou a pesca predatória para suprir de matéria prima as indústrias de pescado que proliferaram por toda a Ilha.
As redes não eram mais de barbante cozido, mas de nylon e gigantescas. Não eram mais puxadas à mão, mas por guindastes acoplados nos barcos que não eram mais movidos a remo, mas sim a possantes motores. Em pouco tempo não havia mais um peixe, um único camarão e nem as sardinhas puderam mais ser vistas do alto do mastro numa noite de lua nova. Era o fim de uma cultura caiçara.
Ainda hoje em alguns pontos da Ilha, remanescentes desse povo lutam para morrerem onde nasceram, mas em nome da natureza que tudo domina, eles não parecem ter muitas chances. Não pela natureza, mas pela burocracia proposital.